Dinheiro: amigo ou inimigo?
Por Dalton Ferreira
Muitos de nós de forma consciente ou inconsciente se afasta do dinheiro. Alguns o consideram uma energia ruim, ou no melhor das hipóteses um mal necessário, enquanto outras pessoas consideram o dinheiro como uma ferramenta para realizar os seus sonhos e alcançar sua liberdade. E você caro leitor, considera o dinheiro como amigo ou inimigo?
Em nossa sociedade é muito disseminada a ideia de que dinheiro é sujo. Quantas vezes não ouvimos alguém nos orientar a lavar as mãos após pegar uma cédula de dinheiro? E quando pegamos outros objetos que passam de mão em mão, não ouvimos a mesma orientação. O próprio objeto que usávamos para guardar moeda - o porquinho é associado a algo sujo, enquanto na verdade ele foi escolhido como símbolo de poupança por engordar rápido.
Quantas frases ouvimos em nossa infância, como: "Tá achando que dinheiro dá em árvore", ou "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus", "é melhor ser pobre e limpinho que rico e desonesto."
Muitas pessoas não se dão permissão para terem dinheiro em abundância e vivem com restrições ou limitações devido a esses pensamentos. Nós costumamos espelhar pensamentos e convicções de pessoas que tiveram autoridade em nossas vidas, como nossos pais, avós ou professores, por exemplo. O grande desafio, que muitos desses pensamentos estão fora da nossa percepção, somente colhemos os resultados gerados por eles. Pare e pense quem foi seu modelo financeiro? O que ele dizia a respeito do tema? Quais eram seus hábitos financeiros? Como ele expressava suas emoções com o dinheiro? E principalmente quais foram os seus resultados? Muitos de nós espelhamos formas de pensar, sentir e agir sobre dinheiro de forma semelhante a pessoa que temos como nosso modelo financeiro.
Observe hoje, quais são seus resultados financeiros? Você percebe que quando chega a um determinado número financeiro de geração de renda, você não sai desse número, como se ele fosse um teto financeiro? Que se por acaso você recebe uma promoção, em seguida vem um ou mais eventos, como doença, defeito no carro, uma obra inesperada que aparece, ou algo do gênero que leva o dinheiro embora? Caso ocorra isso, existe uma programação dentro de você que não te dá permissão para prosperar financeiramente. Enquanto não trouxer que paradigmas são esses para consciência e ressignifica-los, sua vida financeira andará sempre em círculos, obtendo sempre os mesmos resultados. O primeiro passo é você se sentir merecedor a conquistar excelentes resultados materiais para ter uma vida plena.
Recordo-me, que certa vez perguntei ao meu filho, quando ele ainda era bem novo, se ele achava o dinheiro bom ou mau, e ele me disse "é mau papai, as pessoas brigam e matam por ele". Então, eu o indaguei: "e a corda é boa ou má?" Ele respondeu "é boa, nós podemos brincar com ela", então eu disse "Mas algumas pessoas a usam para prender ou machucar pessoas"- Ele olhou para mim e disse: nesse caso então ela á má. Perguntei a ele - "e a faca, é boa ou má?" Ele respondeu: "boa, usamos para cortar alimentos". E eu disse - "algumas pessoas a usam para machucar". Ele espertamente chegou à conclusão: "papai, o dinheiro e esses objetos não são bons nem ruins, depende de como vamos utilizá-lo".
Pare e reflita: Se dinheiro fosse uma pessoa, quem ela seria? O que essa pessoa representa para você? Essa é uma maneira para você descobrir o significado que você hoje dá a dinheiro. Se seus significados são negativos, por mais que você tenha dinheiro, não terá uma vida plena. Sempre sentirá que ele o domina e que nunca é o bastante. Caso você traga bons significados, emoções e pensamentos, você estará aberto a lidar com essa energia de forma que tenha para você e para o próximo.
O dinheiro, assim como a faca ou a corda em si, são somente instrumentos. O que iremos fazer com eles é o que define sua utilidade. Podemos usar o dinheiro para pagar boas escolas para nossos filhos, dar opções de esportes, artes ou línguas para que eles possam se desenvolver em vários aspectos importantes para sua vida social e profissional. Podemos ajudar pessoas através de negócios gerando empregos que darão sustento para outras famílias. Podemos apoiar causas sociais, viajar e conhecer outras culturas, dar oportunidades de estudo para pessoas que não possuem condições, salvar uma vida pagando uma cirurgia para uma pessoa que não possui condições para frequentar bons hospitais, entre tantos outros exemplos.
E aí pronto para reforçar sua amizade com o dinheiro e torná-lo um de seus melhores amigos?
Até a próxima!
@daltonferreiracoach
*Dalton Ferreira é bacharel em Ciências Sociais e mestre em Coaching Pessoal e Liderança Organizacional