Defesa da integridade das crianças

Por Rodrigo Amorim

Por Por Rodrigo Amorim

Rodrigo Amorim

Na semana que se inicia, vamos para mais um Dia da Criança, uma comemoração 100 por cento brasileira, que em 2024 completará 100 anos. A data coincide com o Dia de Nossa Senhora de Aparecida, um feriado religioso, e com o descobrimento da América pelo navegador genovês Cristóvão Colombo. O idealizador dessa comemoração, o ex-prefeito de Nova Friburgo e então deputado federal Galdino do Valle Filho, provavelmente não imaginava que quase cem anos depois seria mais necessário do que nunca pensar o Dia da Criança como uma data de reflexão - e não apenas de celebração dos filhos, de presentes, brinquedos e festas. A família de Galdino, até hoje morando em Nova Friburgo e Niterói, certamente continua orgulhoso de ter seu antepassado.

A reflexão que cabe, cada vez mais, em tempos de doutrinação ideológica e de constantes tentativas de expor nossos filhos à sexualidade precoce, é o quanto mais precisamos fazer para preservar a infância. Hoje temos a internet como força e fraqueza, oportunidade e ameaça, tudo ao mesmo tempo. Os mesmos recursos digitais que nos dão aplicativos para saber a localização dos nossos filhos também podem ser a porta de entrada de assediadores, bandidos e produtores de conteúdo pernicioso. O joio tem que ser barrado para viscejar o trigo. O problema maior, no entanto, é quando o Estado, na forma da escola, resolve propagar sexualização precoce e valores infames contra as famílias - como aconteceu recentemente em uma escola pública municipal, no episódio que já ficou conhecido como Cavalo Taradão. Perdão: "episódio" não reflete uma ação que foi feita em outras cinco escolas. Melhor dizer que foi uma tentativa de homicídio à inocência de milhares de crianças. 

Em setembro de 2017, todos lembramos, causou uma grande revolta em todo o Brasil a atitude de uma mãe que permitiu que a filha participasse de uma exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo onde um cidadão completamente nu se deitava. E ele e a mãe permitiam que a menina de no máximo dez anos de idade tocasse na perna do "artista". Tal episódio, deprimente, foi defendido na época por políticos de esquerda. "Tudo em nome da arte". 

E esta é a reflexão que temos de fazer neste Dia da Criança - a de lutar eternamente em defesa da infância, da inocência. Óbvio que em algum momento o adolescente precisa ser devidamente orientado quanto à vida sexual - mas a nossa sociedade precisa encontrar formas conservadoras, sóbrias, e não deixar que somente os rebolados doentios da cantora Anitta ou a maconha propagandeada pela Ludmilla sejam as referências para nossos filhos. Em primeiro lugar, pais e escolas precisam ter proximidade para que este assunto seja colocado em pauta. Qual a linha de corte, qual a idade correta para se começar a abordar o assunto sem que as crianças sejam aviltadas completamente em seus direitos básicos?

Eu deixo esta resposta para os especialistas em infância, mas especialistas de verdade, e não os "especialistas" que ficam nas redes sociais defendendo "lacradas", pregando a sexualização precoce, exigindo a distribuição de cartilhas que exibem pessoas tendo relações sexuais. No ano passado, a organização TIC Kids Online Brasil fez uma pesquisa sobre uso da internet por crianças e o dado foi alarmante: oito em cada dez crianças e adolescentes do país assistem a vídeos, filmes ou programas. A mesma pesquisa revela que cerca de 24,3 milhões de crianças e adolescentes, com idade entre 9 e 17 anos, são usuários de internet no Brasil. Quando se pensa que uma quantidade imensa de crianças está vulnerável e pode ser atingida por fenômenos repugnantes como o da "Boneca Momo" - uma criatura cibernética que induz crianças ao suicídio, vemos que é realmente urgente o controle total sobre o que as crianças estão acessando nas redes. 

Internet, escolas, televisão (a quantidade de cantoras rebolativas e usuários de drogas é avassaladora), tudo compõe um pacote de ameaças pós-modernas às nossas crianças. Nossos aliados? O diálogo, a proximidade com nossos filhos, o apreço pelo esporte e pela boa arte e boa literatura. 

E, claro, o ingrediente de sempre, o amor paternal/maternal, sempre incondicional, sempre disposto a sacrifícios e abnegações. Tudo, absolutamente tudo, vale a pena quando se trata de filhos. Um Feliz Dia das Crianças para todos!