Tebet vai para o Planejamento

A senadora Simone Tebet seu nome confirmado para o Ministério de Lula em seu terceiro mandato. Ainda falta a confirmação de nomes para outras 15 pastas - Foto: José Cruz/Agência Brasil

Cidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O futuro ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou ontem (27) o convite feito à senadora Simone Tebet (MDB-MS) para ocupar o Ministério do Planejamento, que será recriado pelo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com Padilha, Lula convidou Tebet na última sexta-feira (23) e teria havido "sinalização positiva por parte da senadora". O ministro negou que tenha sido costurado um acordo para tornar mais robusta a estrutura do Planejamento e que isso teria levado ao aceite da parlamentar. Encontro ontem à tarde entre senadora e o presidente eleito selou indicação, que pôs fim ao entrave na formação da equipe.

Segundo Padilha, o convite foi feito por Lula "pelo papel que ela teve no segundo turno, pela qualidade que ela tem como senadora, essa foi a motivação". Ele deu as declarações após reunião com o presidente do MDB, Baleia Rossi.

Em terceiro lugar na corrida presidencial, Simone Tebet declarou apoio a Lula no segundo turno e teve papel ativo na campanha, subindo em palanque e viajando pelo país em defesa da candidatura lulista. Isso aumentou o seu cacife para assumir uma pasta no novo governo.

De início, a senadora gostaria de ocupar uma pasta mais ligada à execução de programas sociais do governo, mas teria aceitado o Planejamento diante de seu papel estratégico na definição do orçamento e de políticas públicas.

Por diversas vezes, Padilha ressaltou o "papel central" do Planejamento na composição do governo e frisou que a pasta participa dos comitês gestores de programas como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, duas vitrines de governos petistas que devem retornar na nova gestão de Lula.

Ele negou que tenha havido acordo para turbinar o Planejamento, de modo a convencer Simone Tebet. Segundo o futuro ministro, já estava previsto pelo relatório final do gabinete de transição que a estrutura do ministério a ser recriado tenha sob seu guarda-chuva instituições importantes como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). "Isso não foi discutido" com a senadora, afirmou o futuro ministro.

Outros ministérios

Além do Planejamento, outros 15 ministérios ainda estão sem titulares. Padilha disse que "nada está definido" e que as conversas com pessoas, partidos e bancadas continuam até o fim da semana.

O futuro ministro das Relações Institucionais agradeceu a disposição dos parlamentares e partidos que se empenharam na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição neste mês, incluindo alguns que compõem a base do atual governo Bolsonaro. Padilha disse que esses empenhos "estão sendo considerados" na composição do novo governo.

Mercado financeiro- O índice da Bolsa de Valores Ibovespa fechou o pregão com queda de 0,15%, a 108.578 pontos. O volume financeiro negociado somou R$ 19,7 bilhões, abaixo da média diária de R$ 30 bilhões em dezembro deste ano.

Além do volume reduzido de negociação, a sessão foi marcada pela baixa de ações atreladas ao consumo, refletindo incertezas sobre o início do terceiro mandato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Por outro lado, os papéis atrelados às commodities apresentaram alta, com destaque para Vale, após a China anunciar que deve aliviar restrições contra a covid-19 no país.

O dólar teve alta de 1,5% e fechou em R$ 5,28, a maior alta percentual diária desde 25 de novembro, quando fechou em 1,8%.

Na avaliação de especialistas, a falta do quadro completo da equipe ministerial de Lula e a possibilidade de prorrogação da desoneração dos combustíveis influenciam negativamente o câmbio.

"O mercado está à espera desses novos nomes. É preciso que eles sejam divulgados, mas o mercado precisa também que esses nomes sejam enxergados com bons olhos pelo próprio mercado", avalia Larissa Brito, planejadora financeira da Planejar.

Durante o dia, o Banco Central vendeu US$ 2 bilhões em leilões de compra e venda no mercado interbancário, operação que ocorre em momentos de falta de liquidez no mercado.