Conversa virtual com Maria da Penha

Maria da Penha sofreu duas tentativas de de feminicídio pelo então marido, o colombiano Marco Antonio Viveros - Foto: Divulgação

Rio de Janeiro
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A Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres, Codim, ligada à Prefeitura de Niterói, encerra as atividades do Agosto Lilás, mês que representa a conscientização pelo fim da violência doméstica, com uma conversa com a ativista Maria da Penha. A farmacêutica que deu nome à lei sofreu duas tentativas de feminicídio pelo então marido, o economista e professor universitário colombiano Marco Antonio Heredia Viveros. Na primeira, ele atirou nela e simulou que seria um assalto; na segunda, tentou eletrocutá-la enquanto ela tomava banho. Por conta das agressões sofridas, Maria da Penha ficou paraplégica. Dezenove anos depois, no mês de outubro de 2002, quando faltavam apenas seis meses para a prescrição do crime, seu agressor foi condenado.

O episódio chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) e foi considerado, pela primeira vez na história, um crime de violência doméstica. Hoje, Maria da Penha é ativista pelos direitos das mulheres e preside o instituto que leva seu nome, em Fortaleza. Ela participa de uma conversa virtual com a coordenadora da Codim, Thamyris Elpídio e com a idealizadora da campanha "Amor Não Causa Dor", mote das comemorações do Agosto Lilás, a pedagoga e conselheira do Conselho Municipal de Políticas para Mulheres de Niterói, Fernanda Sixel.

Transmissão - O bate-papo será transmitido online e contará com a participação do público, no auditório da Associação Comercial e Industrial do Estado do Rio de Janeiro, Acierj, no Centro, na quinta-feira (31), às 15h. Para Fernanda Sixel, a conversa é uma oportunidade para refletir sobre os avanços e desafios das políticas públicas voltadas às mulheres.

"É um prazer poder conversar com a Maria da Penha, que é um exemplo de força e perseverança, e representa muito bem o mote da nossa campanha 'Amor Não Causa Dor'. A violência contra as mulheres, infelizmente, é uma realidade. Dados apontam que 27% das mulheres até 49 anos já sofreram violência doméstica. Em Niterói, construímos política pública concreta que atua na prevenção às violências, no fortalecimento das mulheres e na construção das portas de saída da violência. Através do programa Auxílio Social, 200 mulheres romperam com o ciclo abusivo e recomeçaram uma nova vida.

A Lei Maria da Penha é um marco no enfrentamento à violência doméstica, e hoje as mulheres sabem que não estão sozinhas. É preciso divulgar as leis que nos protegem e a rede de proteção à mulher, compreendendo que a violência doméstica é um problema social, e não de âmbito privado do casal. Nós precisamos, sim, meter a colher, e como sociedade trabalhar em conjunto para que nenhuma mulher fique paraplégica ou perca sua vida por conta de uma cultura machista. Amor não causa dor! A mensagem é clara, basta de violência", conclui Fernanda Sixel.

Codim - A Codim completou 20 anos em março de 2023 e é o órgão municipal garantidor dos direitos das mulheres em suas múltiplas dimensões, com respeito às diferenças raciais, étnicas, geracionais, religiosas, de orientação sexual e às mulheres com deficiência.