Vitória da fisioterapia no Heal

Prematura foi salva graças à cirurgia emergencial e à fisioterapia na UTI neonatal do Hospital Estadual Azevedo Lima - Foto: Divulgação

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Liah Vitória de Oliveira Telles, com apenas 6 meses, já é um exemplo de luta pela vida. A menina nasceu em abril na maternidade do Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), em Niterói, com apenas 28 semanas e 995 gramas. Com graves problemas respiratórios, a prematura passou quase quatro meses internada, boa parte na UTI neonatal da unidade, tendo um atendimento especializado de fisioterapia que se transformou em estudo de caso. Os detalhes do bem-sucedido tratamento foram apresentados na 1ª Jornada de Fisioterapia do Heal, realizada em homenagem ao Dia do Fisioterapeuta, comemorado na sexta-feira, 13 de outubro.

A bebê foi diagnosticada inicialmente com eventração diafragmática, uma má-formação congênita que ocorre quando a musculatura do diafragma está defeituosa, permitindo que os órgãos do abdômen se desloquem para a cavidade torácica.

Considerado um caso grave, a recém-nascida precisava ser operada, mas teria que atingir o peso mínimo de 1,5 kg para fazer a cirurgia. Iniciou-se, então, uma corrida contra o tempo e um protocolo de manobras respiratórias fundamentais para manter a vida da menina.

No dia 26 de maio, Liah foi operada no Hospital Estadual da Criança e, durante a cirurgia, os médicos fecharam o diagnóstico como sendo uma hérnia diafragmática. Em 29 de maio a bebê voltou para a UTI neonatal do Heal, de onde só teve alta no dia 1º de agosto.

"O caso dessa recém-nascida foi muito bem-sucedido graças à cirurgia emergencial e à atuação da fisioterapia na UTI neonatal, que foi fundamental para que hoje a Liah Vitória esteja curada. Ela é o nosso pequeno milagre, já que nasceu muito prematura e com graves problemas de saúde", explica Cliver Félix Souza, fisioterapeuta da UTI neonatal.

Mais um caso de sucesso - Outro caso clínico apresentado na jornada foi o da reversão, como resultado do tratamento fisioterápico combinado com medicamentos, de um quadro de Síndrome de Guillain Barré (doença neurológica autoimune rara e grave que afeta os nervos periféricos do corpo e provoca fraqueza, formigamento nos pés e nas pernas e pode levar à paralisia) adquirida por uma puérpera depois que teve Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (Sara) após o parto.

Além dos casos clínicos, os fisioterapeutas que trabalham no Heal e em outras unidades de saúde, além de médicos e enfermeiros, também assistiram apresentações sobre treinamento muscular respiratório, prevenção de lesões de septo e face em neonatos, segurança do paciente, ultrassonografia fisioterapêutica no âmbito hospitalar, entre outros temas.

A responsável técnica da Fisioterapia do Heal, Janaína Lo Bianco, destacou a importância do evento para a promoção da educação continuada, atualização e troca de conhecimentos do corpo de fisioterapeutas da unidade.

"Esse evento é apenas o primeiro de muitos que pretendemos fazer. A educação continuada é relevante para que tenhamos cada vez mais casos clínicos de sucesso e para que os novos fisioterapeutas tenham a oportunidade de obter conhecimentos importantes para o desenvolvimento profissional", afirma Janaína.

A 1ª Jornada de Fisioterapia foi aberta pelo diretor geral da unidade, o ortopedista Marcus Vinícius Dias. Ele ressaltou a importância dos fisioterapeutas em um hospital que atende politraumatizados.

"Como ortopedista convivo de perto com a fisioterapia na minha prática clínica e sei do quão importante é a atuação dos profissionais desta relevante área da saúde. Como gestor, sou testemunha do papel fundamental dos fisioterapeutas no bom desfecho para os pacientes, especialmente os internados em CTI e os politraumatizados", disse.