Reconhecimento mais que merecido

Mais de 100 pessoas foram homenageadas em sessão solene ontem - Foto: Caio Oliveira / Divulgação

Cidades
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A Câmara Municipal do Rio de Janeiro realizou, ontem, uma sessão solene para homenagear mais de 100 personalidades negras, que contribuem no combate ao racismo e na promoção da equidade racial no país. O evento é parte das celebrações do Dia da Consciência Negra, que acontece no dia 20 de novembro.

As ativistas Clátia Vieira e Lúcia Xavier receberam a principal premiação da casa, a Medalha Pedro Ernesto. Clátia é coordenadora executiva do Fórum Nacional de Mulheres e tem um histórico de atuação na luta por moradia e direito à alimentação, com destaque para espaços eleitorais e de movimento negro. Lúcia é coordenadora da ONG Criola, no Rio de Janeiro, que promove ações culturais e políticas relacionadas ao enfrentamento do racismo, e tem como um dos focos o acesso à Justiça pela população negra.

"Eu sou resultado da luta de mulheres que travaram uma luta para me forjar no que sou hoje. Nós mulheres negras inventamos um mundo, um mundo diferente onde nós conseguimos produzir o amor, uma capacidade de continuar e produzir vida mesmo quando tiram as nossas vidas", disse Lúcia
Xavier.

Também houve espaço para Moções de Reconhecimento e Louvor às pessoas negras atuantes nas áreas da cultura, pesquisa, literatura e militância antirracista. Uma delas foi o ativista Lucas Batal, representante do Movimento Negro Unificado (MNU), que destacou o protagonismo dos coletivos negros na busca por uma sociedade mais igualitária. "Enquanto houver racismo, o povo preto estará nas ruas para lutar contra ele", afirmou Batal.

O evento foi uma iniciativa da vereadora Monica Cunha (PSOL), presidente da Comissão Especial de Combate ao Racismo, que argumentou ser importante valorizar aqueles que ajudam a construir e preservar a cultura negra.

"Ter cada um de vocês aqui dentro é recontar a história dos nossos ancestrais que deram o sangue para construir essa casa", afirmou a vereadora. "Nosso país tem um histórico de apagar as contribuições que a população negra fez e faz. Fazer esse evento é reescrever a história. Claro que não só neste mês, mas esse é o momento de celebrarmos quem não deixa a história se apagar e de quem continua mudando a história de milhares de pessoas no Brasil".