Rodoviários da empresa Maravilha, de Itaboraí, paralisaram suas atividades na manhã desta quinta-feira (11) e realizaram um protesto em frente à Prefeitura da cidade, em uma ação que congestionou o trânsito no Centro do município. Os trabalhadores responsabilizam o poder público por nunca ter repassado à viação o valor das gratuidades, que representam 47,5% dos passageiros; e pela falta de fiscalização do transporte clandestino, cujos integrantes, inclusive, ameaçam os motoristas profissionais de ônibus e impedem que eles cheguem aos pontos, “tomando à força” linhas em vários bairros.
De acordo com trabalhadores ouvidos pelo Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), algumas linhas, como a 01 e a 31, que vão do Centro para o bairro do Pacheco, tiveram que ser suspensas por conta da ação de grupos armados, que dominam o transporte clandestino por vans em Itaboraí. Como consequência da inércia da administração municipal, segundo eles, pelo menos cem rodoviários foram demitidos da Maravilha, que contava com um quadro de 263 funcionários e, hoje, vive uma grave crise financeira.
“A situação é gravíssima e a empresa está em vias de ser fechada. É inadmissível que o poder público tenha verdadeiro desprezo por um serviço que é considerado essencial pela Constituição Federal, como é o caso do transporte coletivo, abrindo margem para que o crime organizado assuma o seu papel”, afirma o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.
O Sindicato dos Rodoviários enviará ofício ao Ministério Público do Trabalho (MPT), para assegurar os direitos dos trabalhadores da Maravilha, e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), para que seja aberta uma investigação sobre a inatividade da Prefeitura de Itaboraí na fiscalização do transporte clandestino.
A Maravilha, criada em 1985, opera uma frota de 70 ônibus em 29 linhas municipais em Itaboraí e atende a 230 mil passageiros.
“Nenhum serviço de van tem a capacidade de transportar esse volume de passageiros. Isso sem falar que van não tem gratuidade e não assina carteira de trabalho. Sem os ônibus, perdem os trabalhadores e a população do município”, assegura Rubens Oliveira.
A Maravilha Auto Ônibus reafirma mais uma vez o seu pedido de uma solução efetiva e urgente por parte do poder público municipal diante de mais um episódio da crise que atinge o transporte coletivo por ônibus em Itaboraí.
Não bastasse a diminuição brusca de passageiros pagantes durante a pandemia do Covid-19, é preciso levar em conta ainda o impacto do congelamento da tarifa e o não pagamento das gratuidades, que atingiram duramente a operação da empresa, levando a uma situação de quase paralisação, caso não sejam tomadas medidas pelo governo municipal em apoio à empresa de transporte.
É importante lembrar que a Maravilha Auto Ônibus é a única empresa de ônibus da cidade e atende há mais de 30 anos a população de Itaboraí. A empresa confia na atuação da Prefeitura em busca de soluções para recuperar o transporte coletivo municipal, como tem acontecido em outras cidades do país, agindo no sentido de recuperar o equilíbrio econômico-financeiro do transporte coletivo municipal.
Rodoviários fazem paralisação e protesto em Itaboraí
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