Prefeitura lança Programa de Inovação Social e Tecnológica de Maricá

Por -

Iniciativa do ICTIM inclui incubadora de startups e os arranjos produtivos de ciência médica, alimentação e cultura

A Prefeitura de Maricá lançou nesta segunda-feira (23/05) um pacote de estímulo à inovação social e ao desenvolvimento de ciência e tecnologia no auditório do Instituto Federal Fluminense (IFF), em Ubatiba. O presidente do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), Celso Pansera, apresentou o Programa de Inovação Social e Tecnológica de Maricá que inclui a incubadora de startups e os arranjos produtivos de ciência médica, alimentação e cultura. O evento integra a programa do aniversário de 208 anos de Maricá, comemorado no dia 26/05.

O prefeito Fabiano Horta destacou a presença maciça de reitores e professores das universidades, como UFRJ, UFF, Uerj, Uenf, Unirio e Faperj, no auditório do IFF nesta segunda-feira e disse que Maricá enquanto cidade quer reafirmar o compromisso de ser um ente, um parceiro permanente para a construção de uma sociedade mais justa.

“Queremos deixar um grande abraço para vocês hoje porque abraço é um elemento simbólico. Estejam conosco, como polo de construção, resiliência, polo de quem tem o credo de que o saber e a pesquisa precisam ser difundidos. A cidade de Maricá quer ser uma parceira permanente nesse processo. Sintam-se abraçados pelo ICTIM. Viva a ciência, viva Maricá, viva o ICTIM”, declarou o prefeito.

Um dos projetos apresentados pelo diretor-presidente do ICTIM é o programa Bem Viver Alimentar que envolve oito secretarias e autarquias. O objetivo é financiar por meio de compras para escolas, hospitais e o Restaurante Municipal Mauro Alemão a produção de alimentos típicos da região, como jaca, guandu, banana, abóbora e aipim, além de um moderno sistema de produção de alimentos orgânicos por meio de estufas que incluirá tomates, berinjelas, pepino, shitake e shimeji. Os produtores poderão vender para a prefeitura e empresas parceiras, criando uma nova fonte complementar de renda.

"Estamos lançando um marco dos 208 anos de Maricá que é um conjunto de iniciativas na área de inovação, como o ecossistema de produtos alimentares, laboratório aberto de pesquisa na área da saúde e a indústria de respiradores não-invasivos. Queremos ajudar a cidade a mudar sua base econômica para que esteja preparada para o fim do ciclo do pré-sal que virá daqui a alguns anos", ressaltou Pansera. Os laboratórios abertos de saúde terão núcleos de biologia molecular, imunologia e testes sorológicos, cultura celular, cultura de bactéria, bioimagem, genômica e produção de proteína recombinante.

A cerimônia contou com o empresário Leandro Augusto Alves da Vegan Food, que firmou parceria com a prefeitura para instalação de uma fábrica de Açougue Vegano em Maricá; da deputada estadual Rosangela Zeidan; da reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Carvalho; do ex-prefeito de Maricá Washington Quaquá, além de representantes de outras instituições acadêmicas, secretários municipais, vereadores e outras autoridades.

Respiradores não-invasivos disponíveis nos hospitais municipais

Na área da saúde, o diretor-presidente do ICTIM citou os 250 aparelhos de respiração mecânica não-invasiva disponíveis nos hospitais municipais Dr. Ernesto Che Guevara (São José do Imbassaí) e Conde Modesto Leal (Centro). O equipamento se assemelha a um capacete de astronauta com cabos acoplados ao respirador, onde não há necessidade de o médico fazer a intubação do paciente, que é invasiva. O respirador mecânico gera pressão que joga o oxigênio dos cilindros diretamente para dentro dos pulmões do paciente. Outro projeto destacado por Pansera foi a Pesquisa Sentinela Maricá, que mapeou desde o início da pandemia, em 2020, a ação do novo coronavírus no município e que agora, na terceira fase iniciada em abril, vai analisar as possíveis sequelas da doença na população.

Pesquisas de iniciação científica

O convênio assinado com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em março, com oferta de 20 bolsas de mestrado, doutorado e iniciação científica para o desenvolvimento de pesquisas, também integra o pacote de inovação do ICTIM. A iniciativa busca o desenvolvimento de ecossistemas cooperativos em diferentes áreas, tais como produção de alimentos orgânicos, o bem-viver alimentar, saúde pública, turismo, cultura e economia criativa.

Por falar em pesquisas, o ICTIM iniciou este ano, em parceria com a Secretaria de Educação e a Escola Municipal de Administração (Emar), o projeto de Iniciação Científica voltado para seis áreas de investigação: Saúde, Educação, Mobilidade Urbana, Cultura, Agricultura, Sustentabilidade e Meio Ambiente. Ao todo, 14 professores orientadores e 49 estudantes do programa Passaporte Universitário foram selecionados para desenvolverem as pesquisas acadêmicas.

O diretor-presidente do ICTIM também citou o projeto “Jornada Sim, Eu Posso!” de erradicação do analfabetismo com condições para que os jovens maiores de 15 anos tenham acesso à leitura e letramento incluindo equipamentos e infraestrutura digital; geração de renda através da participação de políticas públicas de apoio aos negócios coletivos ofertados pela Secretaria Municipal de Economia Solidária.

Casa da Ciência em Itaipuaçu

Outro grande projeto do programa de inovação da prefeitura é a construção da Casa da Ciência (planetário) no Centro de Educação Pública Transformadora (CEPT) de Itaipuaçu. O espaço terá uma área de 900 metros quadrados e investimento de R$ 3,5 milhões. A Casa da Ciência terá formato modular com camadas de aço e isopor injetado e isolamento acústico. Do piso ao teto serão oito metros de altura. O local terá sala de aula com recursos visuais, impressão 3, robótica, observatório, cinema, sala com abóboda com 40 cadeiras, auditório, espaço coworking para empreendedores, disponível para rede pública de educação e para a população e integrará a rede nacional de planetários.

Além do planetário, o ICTIM vai construir cinco ambientes digitais, chamados de Espaço Nave, com acesso gratuito à internet e oferta de cursos profissionalizantes. Os dois primeiros, no Flamengo e em Inoã, já estão prontos. O objetivo do projeto é a democratização do acesso à internet, bem como ampliar as possibilidades de empregabilidade da população.

Cada unidade terá duas salas, sendo uma com dez computadores e outra com recursos multimídia para oficinas iniciais de Word, Excel e Internet com três aulas por dia (duas horas de duração cada aula). Os usuários poderão utilizar os computadores por até duas horas para navegar na internet, fazer pesquisas e trabalhos escolares, impressão de documentos e outros serviços disponíveis na internet. O acesso aos sites de jogos e de conteúdos impróprios é bloqueado.

Tanto o Planetário quanto o Ambiente Digital se inserem numa perspectiva de melhorar a Educação básica da rede pública, oferecendo novos instrumentos e plataformas de ensino, bem como desenvolver no município uma cultura fortemente vinculada à Ciência, Tecnologia e Inovação.