Liz Lemos/Divulgação

Ministra dos Povos Indígenas chama atenção para queimadas no Brasil

Por Redação

Sonia Guajajara faz alerta sobre eventos climáticos extremos e critica incêndios criminosos coordenados pelo país durante atividade em Niterói

O cenário é alarmante. Há focos de queimadas em todos os estados do Brasil. Nos últimos dias, o país concentrou mais de 70% de todas as queimadas registradas na América do Sul. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram 7.322 focos de incêndio até a última sexta-feira. Além disso, mais de 150 brasileiras não registram chuva há cinco meses e já há relatos de falta d'água.

Em Niterói, no último sábado, para receber o título de cidadã niteroiense da Câmara e declarar apoio a deputada federal Talíria Petrone, do PSOL — candidata à Prefeitura da cidade —, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, fez um alerta contundente sobre o tema:

"Estamos vivendo um dos momentos mais preocupantes da nossa história. O Brasil está em chamas. Todos estão sentindo a fumaça e estão tendo a saúde prejudicada por conta do ar poluído que está no país inteiro. Isso é consequência das mudanças climáticas. Mas quem provoca as mudanças climáticas e quem pode combatê-las? Tudo tem a ver com quem governa. Tudo tem a ver com quem tem o compromisso de combater as mudanças climáticas. E hoje temos um governo federal que está preocupado, mas também temos quem quer ver o caos no governo e provocam incêndios criminosos. E é, sim, uma ação articulada. Mas temos uma ministra do Meio Ambiente (Marina Silva) muito combativa que está fazendo de tudo para combatermos os incêndios descontrolados por todo Brasil".

A Polícia Federal já apontou que há indícios de que parte dos incêndios florestais no país se dá por meio de ações coordenadas. O estado do Rio de Janeiro registrou mais de 300 pontos de focos de queimadas. E o fogo também chegou a Niterói.

Na última sexta-feira, o mandato da deputada federal Talíria Petrone oficiou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva do Meio Ambiente e do Urbanismo, do Ministério Público do Rio de Janeiro, sobre as intensas queimadas ocorridas na semana passada em áreas de preservação em Niterói. Os incêndios atingiram o Morro das Andorinhas, em Itaipu, o Morro dos Macacos e o Parque Estadual da Pedra Branca.

"Sonia Guajajara veio a Niterói em uma semana muito dura para nós. Uma semana que vimos incêndios no Morro das Andorinhas, no Morro do Preventório e em todo estado do Rio de Janeiro. Alguns incêndios possivelmente são provocados por quem quer entregar a natureza para o negócio e para a especulação imobiliária", garantiu Talíria Petrone, coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) do Clima, da Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara.

Niterói preserva áreas de mata e biomas importantes como o Parque Estadual da Serra da Tiririca (declarado "reserva mundial da biosfera" pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura em 1992) e o Parque Estadual Darcy Ribeiro, bem como a Reserva Extrativista Marinha de Itaipu. Sem uma investigação contundente sobre quem está promovendo tais incêndios, todas essas áreas correm risco.

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