O ex-prefeito e candidato pelo PDT à prefeitura de Niterói, Rodrigo Neves, tem novo depoimento presencial marcado, perante a Justiça, para o próximo dia 30 de outubro, poucos dias após a realização do segundo turno das eleições municipais, marcado para o dia 27.
Rodrigo Neves está intimado a comparecer para depor no Fórum de Niterói, às 14 horas, do dia 30 de outubro. Vai depor na condição de réu.
A diligência para entrega da intimação foi feita na sede da Prefeitura de Niterói, no sexto andar, onde funciona o gabinete do prefeito e a secretaria executiva, que era ocupada por Rodrigo Neves.O depoimento do ex-prefeito será em função de uma ação popular que tramita na Justiça, em um processo que trata dos escândalos envolvendo os contratos milionários que a Prefeitura de Niterói firmou com a agência de publicidade Prole, logo após esta mesma agência ter feito a campanha de Rodrigo Neves para a prefeitura em 2012.
O autor da ação popular é o ex-vereador e candidato à prefeitura pelo Podemos, Bruno Lessa, que sempre denunciou os casos suspeitos de corrupção na prefeitura, desde seus tempos como vereador.
Ao contrário do que vem dizendo o candidato pedetista, de que estaria livre de todos os processos pelos escândalos de corrupção que ocorreram durante seu governo (2013/2020), a Justiça o mantém como principal investigado não apenas nessa ação popular, mas também em outro processo, que corre em segredo de Justiça, ao qual O FLUMINENSE teve acesso com exclusividade.
O processo número 0813079-65.2024.8.19.0002, deste ano de 2024, é resultado das investigações criminais decorrentes de uma série de documentos oficiais da própria prefeitura de Niterói e de depoimentos, em juízo, de diversas testemunhas e colaboradores da Justiça.
Com mais de 900 páginas e uma série de CD-Roms e outros documentos em anexo, o processo é extremamente robusto, segundo advogados e auditores de contas consultados por O FLUMINENSE.
Este processo trata das suspeitas de desvios nas obras superfaturadas da Transoceânica, da construtora FW Engenharia e dos contratos milionários celebrados entre a Prefeitura de Niterói e, de novo, a agência de publicidade Prole.
Embora tente, de todas as formas, demonstrar que não responde a mais nada na Justiça, Rodrigo Neves, vai ter que, mais uma vez, tentar explicar perante a Justiça como milhões foram desviados dos cofres da prefeitura, através de contratos ganhos por empresários parceiros seus.
O Ministério Público, a Justiça e, principalmente, o contribuinte niteroiense, querem saber como ocorreram os processos de licitação que, coincidentemente, foram ganhos pelas empresas UTC/Constran, FW Engenharia e Agência Prole, logo após seus proprietários terem colaborado com as campanhas de Rodrigo Neves.
No caso do dono da UTC/Constran, Ricardo Pessoa, uma das estrelas da Operação Lava Jato, chamou atenção o fato de, numa ligação interceptada com autorização judicial e que passou nos noticiários da TV em rede nacional, o empresário chama Rodrigo Neves de “meu chefe” e, juntos, comemoram a liberação do empréstimo do Governo Federal para construção da Transoceânica, antes mesmo do processo de licitação ter sido sequer publicado ou iniciado.
Coincidência ou não, a UTC/Constran ganhou o milionário contrato para fazer a Transoceânica, obra mais cara da história de Niterói. O dinheiro do empréstimo junto ao governo federal está sendo pago até hoje pelo contribuinte niteroiense.
Rodrigo Neves foi intimado para depor no Fórum de Niterói por corrupção
Foto:Divulgação
Rodrigo Neves é intimado e irá depor dia 30/10 por corrupção
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