Funcionário da Prefeitura de Niterói é Flagrado em Ação de Campanha Ilegal de Rodrigo Neves

Daniel Lopes Pinheiro, funcionário de confiança da Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (EMUSA) da Prefeitura de Niterói, ao centro de camisa verde - Foto: Divulgação

Niterói
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A polêmica envolvendo o candidato à prefeitura de Niterói, Rodrigo Neves, ganha novos desdobramentos com a revelação de que Daniel Lopes Pinheiro, funcionário de confiança da Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (EMUSA) da Prefeitura de Niterói, esteve diretamente envolvido na distribuição de materiais ilegais da campanha de Neves no último sábado (12/10), como mostra a foto. Daniel Pinheiro, contratado em março de 2023 sob a Função de Atividade Técnica (FAT9), com um salário de R$ 3.333,13, foi flagrado entre os militantes que promoviam ataques contra o adversário político, Carlos Jordy, no Campo de São Bento. O caso já está sendo investigado pela Polícia Federal.

O vínculo do funcionário com a prefeitura, sob a gestão de Axel Grael, aliado político de Rodrigo Neves, levantou sérias preocupações sobre um possível uso indevido da máquina pública para favorecer a campanha eleitoral. Questionamentos sobre a origem das ordens para a participação de Daniel Pinheiro no evento e sobre a possível mobilização de outros funcionários públicos passaram a dominar as conversas entre os moradores da cidade.

Uso Indevido da Máquina Pública?

Moradores de Niterói expressaram indignação ao tomarem conhecimento do caso. "Será que, assim como o Daniel, o prefeito não colocou outros funcionários para trabalharem na campanha? Isso não é uso indevido da máquina pública? Afinal, somos nós que pagamos os salários deles", questionou uma moradora do centro. A suspeita de que servidores públicos possam estar sendo utilizados para apoiar a candidatura de Rodrigo, mesmo fora do horário de expediente, levantou a discussão sobre os limites éticos e legais que devem reger o comportamento de servidores durante o período eleitoral.

Para muitos, a presença de Daniel Lopes Pinheiro na ação de campanha sugere uma possível violação da legislação eleitoral. "Não interessa se ele estava fora do horário de trabalho; para mim, isso é um escárnio com o meu dinheiro", desabafou outra eleitora, que confessou ter ficado decepcionada com o episódio. "Se eu estava indecisa, agora não estou mais. É uma vergonha", completou.

Investigação e Consequências

A detenção de militantes pela Polícia Militar, com posterior encaminhamento à Polícia Federal, por propaganda espúria no último sábado (12/10), abre espaço para investigações mais profundas sobre o uso de recursos públicos na campanha de Rodrigo Neves. Especialistas alertam que, se confirmada a utilização da máquina pública para fins eleitorais, tanto Rodrigo Neves quanto outros envolvidos podem enfrentar consequências legais graves, incluindo a impugnação da candidatura e sanções criminais.

A possível participação de funcionários municipais na campanha reforça o clima de tensão que já marca a reta final das eleições em Niterói. O candidato Carlos Jordy, que vem subindo perante a sociedade niteroiense e pressionando Rodrigo, fez críticas severas ao ocorrido, reforçando o discurso de que a eleição precisa ser "limpa, justa e democrática".

Repercussão Política

A situação também trouxe à tona dúvidas sobre o papel do prefeito Axel Grael nesse contexto, visto que Daniel Pinheiro é apontado como uma indicação do próprio gestor municipal. Caso as investigações confirmem que outros funcionários públicos também estão envolvidos em ações de campanha, o escândalo pode se alastrar, comprometendo ainda mais a imagem da gestão atual e a campanha de Rodrigo Neves.

A comunidade niteroiense aguarda desdobramentos e cobra respostas tanto da prefeitura quanto da Justiça Eleitoral. Em tempos de maior vigilância sobre a lisura dos processos eleitorais, o episódio evidencia a fragilidade das fronteiras entre o público e o privado, especialmente em um momento tão decisivo para o futuro da cidade.