A Secretaria Executiva da Prefeitura de Niterói promoveu, nesta terça-feira, o seminário “A importância das comunidades negras para o patrimônio histórico de Niterói e do Brasil”. O encontro aconteceu no auditório do Museu de Arte Contemporânea (MAC) e reuniu representantes de órgãos municipais e da sociedade civil para debater políticas públicas voltadas à promoção da cultura de origem africana na cidade.
A diretora nacional do acordo de cooperação técnica entre a UNESCO e a Prefeitura de Niterói e subsecretária Executiva da Prefeitura, Mariana Zorzanelli, explica que as discussões do seminário têm o objetivo de preencher a lacuna na cidade para espaços de celebração das culturas africanas e do movimento negro.
“Entre os eixos fundamentais está o patrimônio, a economia criativa e a capacitação para que a gente dê um pontapé inicial, durante essa semana de consciência negra, que deveria se chamar semana da reparação. São discussões importantes para que a gente possa ocupar determinados espaços, atender a todas as pessoas e transformar nossa cidade numa cidade mais humana, parceira e respeitosa”, destaca.
Paulo Júnior, subsecretário de Promoção da Igualdade Racial de Niterói, ressaltou a importância de eventos como a Feira Preta Baobá para a reunião da população negra na cidade. Ele considera fundamental o fortalecimento dos laços para o combate ao racismo.
“O impacto positivo da feira tem todo reconhecimento. E isso é fundamental no momento que estamos vivendo. Para enfrentar esses desafios, estamos trabalhando para dispor de uma equipe multiprofissional para oferecer suporte psicológico, jurídico e social às vítimas de racismo”, contou Paulo Júnior.
A subsecretária das Culturas de Niterói, Daniela Araújo, considera o recorte racial fundamental para as discussões de acesso às artes. Para ela, o tema é central para a promoção da igualdade racial.
“É um encontro importante, onde fazemos um debate concreto, para ações que transformem o interior de uma cidade, para que possamos torná-la menos desigual, mais potente, com cultura para todos, garantindo esse direito fundamental”, enfatiza.
Já o coordenador do escritório do Ministério da Cultura no Rio de Janeiro, Eduardo Nascimento, diz que é preciso ampliar a política de cotas nos acessos a editais e projetos de lei de incentivo à cultura.
“É importante nos apropriarmos dessa discussão para pressionar por uma cota racial mínima de 20%, para que seja uma política inclusiva de fato. As mudanças das transformações da cultura até agora, o trem está passando e a sociedade precisa embarcar. Nós precisamos ter esses recursos federais estabelecidos com cota, porque junto com os recursos da cidade, que é uma referência para a cultura brasileira na última década, é mais incentivo e desenvolvimento para o setor”, acrescenta.
Seminário no MAC debate a importância das comunidades negras
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