A Prefeitura de Niterói lançou o Recicla Niterói, um projeto-piloto que, além de promover a inclusão social, vai qualificar ainda mais o serviço de coleta seletiva na cidade. Parceria entre a Companhia de Limpeza de Limpeza de Niterói (Clin) e a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), o projeto vai começar em Icaraí, nas ruas Ator Paulo Gustavo e Tavares de Macedo. As vias, com grande número de residências e lojas, receberão 12 contentores de mil litros para acondicionar os resíduos recicláveis. O objetivo é evitar que sacos sejam rasgados e o lixo espalhado pelas ruas.
Além de dar oportunidade de trabalho a pessoas em situação de rua, o projeto também tem participação ativa da sociedade civil. O Recicla Niterói envolve mais de 300 condomínios e o comércio de Icaraí. Os administradores foram orientados pelos técnicos da Clin sobre como deverão proceder para organizar e separar os resíduos orgânicos e recicláveis para as coletas.
Para isso, foram cadastradas cerca de 66 pessoas em situação de rua, das quais 12 foram identificadas, inicialmente, com o perfil do projeto. Os catadores e as catadoras informais – a maioria formada por pessoas desempregadas e chefes de família – foram capacitados para trabalhar na cooperativa Rede Central Niterói, contratada pela Clin.
“O Recicla Niterói vai dar dignidade ao catador. Estamos fazendo que o seu serviço seja ainda mais eficiente. Através do trabalho da cooperativa, eles serão vistos pela sociedade como pessoas que fazem um trabalho importante para todos. É mais um projeto inovador da Clin”, afirmou o prefeito de Niterói, Axel Grael.
O prefeito lembrou que, para que o projeto fosse implementado, equipes da Clin e da Secretaria Municipal de Assistência Social percorreram os condomínios e conversaram com os síndicos para que estimulem os moradores a separar o material reciclável.
O Recicla Niterói, em uma segunda etapa, terá mais 18 contentores em pontos estratégicos de Icaraí, ampliando o sistema de conteinerização, uma técnica logística que consiste em utilizar contêineres padronizados.
“Se antes, sacos eram rasgados para a coleta de materiais e muitas vezes os detritos eram jogados nas ruas, agora os catadores terão a possibilidade de trabalhar com dignidade e eficiência. É uma garantia de maior qualidade dos próprios resíduos para fins de reciclagem. Por isso nos unimos à Secretaria de Assistência Social e à cooperativa de catadores. O objetivo é estender o projeto para outros bairros da cidade. A ideia é a gente conseguir tirar das ruas aquelas pessoas que hoje trabalham rasgando os sacos e coletando, fazendo um trabalho sem dignidade, sem o uso de uma luva e que acabam deixando a rua suja. Eles agora terão todo o nosso amparo”, explicou Luiz Fróes, presidente da Clin.
A subsecretária de Assistência Social e Economia Solidária, Dani Murta, considera o projeto um importante instrumento para dar maior dignidade às pessoas em situação de rua.
“Com isso vamos conseguir tirar essas pessoas da rua. Elas serão treinadas e terão outra perspectiva de vida, pois terão um local de trabalho com estrutura e boas condições. Que eles cresçam muito”, explicou a subsecretária.
Os novos contentores terão a presença de um funcionário, de segunda a sábado, que ficará no local para orientar a população sobre o descarte correto dos resíduos com informativos visuais. Os recicláveis serão encaminhados ao galpão da cooperativa, na rua Padre Anchieta, para que os catadores cadastrados possam trabalhar na separação e organização destes materiais.
“Eu comecei com um carrinho de mercado e quero que cada catador imagine que a cooperativa é um rito de passagem e que eles possam se solidificar, voltar a estudar e ter uma estrutura de vida”, disse Reinaldo Silva, presidente do Sindicato dos Catadores.
Niterói lança projeto-piloto para qualificar a coleta seletiva na cidade
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