Especialistas recomendam aumento de frotas e mudança de linhas

Presidente esteve no Ministério da Economia para conversa com empresários - Foto: Washington Costa/Ministério da Economia

Rio de Janeiro
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Na reunião do Comitê Especial de Enfrentamento da Covid-19, especialistas e integrantes da prefeitura citaram a possibilidade de aumento de frotas do ônibus e metrô para diminuição de aglomeração. Nesta terça (27), o Grupo de Trabalho (GT) Multidisciplinar para Enfrentamento da COVID-19 da UFRJ emitiu uma nota que também ataca esse problema e recomenda troca de janelas dos veículos por persianas fixas, para garantir melhor circulação de ar.

Conforme informações da Rio Ônibus, existe dificuldade de aumento de frota diante da baixa financeira das empresas do setor e que a maioria dos veículos tem janelas que podem ser abertas. O MetrôRio afirmou que trabalha com a mesma frota do período pré-pandemia nos horários de pico e que seu sistema de ar-condicionado realiza filtragem do ar.

Membro do comitê, o pediatra do Instituto de Saúde Coletiva da UFRJ, Daniel Becker, disse que o transporte público foi um dos temas mais debatidos na reunião de segunda. "O transporte público é um gargalo. Não sabemos muito bem como lidar com essa questão até hoje e isso gera preocupação. Na reunião foi dito que espera-se contribuição de empresários de metrô e ônibus para voltarem com frota completa e, assim, evitar aglomeração.", disse.

Em uma nota técnica nesta terça, o GT Multidisciplinar para Enfrentamento da COVID-19 da UFRJ escreveu seis recomendações, sendo relacionadas ao transporte público: escalonar horários de expediente de setores produtivos para melhor escoação entre os modais; garantir renovação de ar nos veículos, com exemplo de troca de janelas por persianas fixas; e implantar linhas de curta distância com veículos menores e apropriados, que ofereçam mobilidade e disponibilidade próxima à residência das pessoas. Segundo os pesquisadores, essa última medida poderia implicar na melhoria da infraestrutura do transporte.

O coordenador do grupo da UFRJ, o infectologista Roberto Medronho lamentou a ausência de estratégias intersetoriais.

"Os serviços de transporte público não vêm sendo desenvolvidos por meio de estratégias intersetoriais que possam responder melhor às demandas de enfrentamento da pandemia. Caso o fossem, não se observaria o comportamento de redução de oferta de transporte em um momento como este, que consequentemente provoca um aumento de lotação inesperado e indesejado para o período. Junta-se a isso a falta de normas e fiscalização dos espaços públicos (praias, parques, festas, dentre outros), os quais, juntos, contribuem fortemente para amplificar a infecção pelo SARS-CoV-2", afirmou ele, em publicação da UFRJ.

Procurada, a Secretaria municipal de Saúde afirmou que vai analisar as propostas.