Três em cada quatro acidentes de trânsito no Rio envolvem motos, aponta Corpo de Bombeiros

Dados do Corpo de Bombeiros revelam que 77% dos acidentes de trânsito no Rio envolvem motos - Foto: Reprodução

Rio de Janeiro
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Os números de acidentes envolvendo motocicletas no Rio de Janeiro não param de crescer. Dados do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, mostram que três em cada quatro acidentes de trânsito atendidos pela corporação em 2023 envolveram motos. Foram 20.877 ocorrências, de um total de 27.161, uma média de um acidente com motocicleta a cada 25 minutos. As informações são do jornal O Globo

Enquanto as motos representam apenas 16% da frota da cidade, elas estão presentes em 77% dos acidentes. Além disso, 76% das vítimas socorridas em 2023 estavam em ocorrências com motos, totalizando 8.028 dos 10.531 atendimentos realizados pelos bombeiros.

A situação também reflete na rede municipal de saúde. Os hospitais registraram um aumento de 32% nos atendimentos a motociclistas em apenas um ano, ultrapassando 19 mil casos em 2024. O Hospital Municipal Miguel Couto, referência em trauma, viu o número de pacientes feridos em acidentes com moto crescer quase 50% no último ano.

Imprudência no trânsito
A alta taxa de acidentes está diretamente ligada a comportamentos de risco no trânsito. Motociclistas circulam em alta velocidade, ignoram semáforos e, em muitos casos, pilotam sem capacete. Além disso, o número de mototáxis e entregadores por aplicativo aumentou consideravelmente, muitas vezes sem fiscalização adequada.

O motoboy Adenir Rocha de Melo, de 38 anos, trabalha há 13 anos no setor e já sofreu oito acidentes. O último, no dia 28 de outubro, resultou na fratura de seu ombro e em múltiplas luxações. Ele atribui o aumento dos acidentes à falta de preparo dos novos motociclistas:

“Tenho moto com placa vermelha e curso de motofrete, mas hoje ninguém mais exige isso. Só com a habilitação e a moto você já se cadastra nos aplicativos. Tem muita gente inexperiente pilotando, muitos mexem no celular enquanto dirigem. A pressa para fazer mais entregas também pesa, porque a gente ganha mal e precisa correr”, relata.

Por  Quintino Gomes Freire