Década de transformações

Bira Marques - Foto: Divulgação

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Bira Marques*

Pensar em Niterói há 10 anos é lembrar de uma cidade que vivia estagnada, com baixa autoestima e sintomas dolorosos da tragédia do Bumba. Há um ditado popular que diz que a parte mais sensível do corpo humano é o bolso. Quando o dinheiro acaba, imediatamente experimentamos uma sensação de tristeza, depressão, inércia. Niterói estava mergulhada em dívidas, com salários atrasados e equipamentos públicos fechados. O medo do futuro era iminente.

Me lembro bem do quanto 2012 foi um ano decisivo. Diante de um cenário considerado um tanto quanto improvável, a força popular e o desejo de mudança elegeram Rodrigo Neves e Axel Grael. Os primeiros dias do ano seguinte já prenunciavam o que viria a ser a transformação de Niterói: a reabertura da emergência do Getulinho e a busca incessante por recursos.

Pela primeira vez, a cidade experimentava um plano estratégico, o Niterói que Queremos, com projetos de curto, médio e longo prazos. Aliás, foi o que permitiu Niterói mudar aquele rumo tão desolador e entrar no caminho do desenvolvimento, com inteligência, planejamento e responsabilidade com os recursos públicos.

Há uma Niterói antes e depois de 2013. É notável! Obras históricas e esperadas por gerações e gerações começaram a sair do papel, como túnel Charitas-Cafubá, que transformou a mobilidade urbana e mudou a geografia da cidade, tirando a Região Oceânica do isolamento. Por lá, inclusive, o maior ciclo de investimentos da história foi iniciado, levando pavimentação, drenagem, urbanização e dignidade aos moradores de mais de 200 ruas.

A organização da máquina pública, a transparência e a racionalização dos gastos ainda permitiram construir dezenas de escolas, dobrar a cobertura do Programa Médico de Família, requalificar da Marquês do Paraná, reformar e reabrir o Hospital Mário Monteiro, construir o Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) e outras importantes obras que garantiram mais qualidade de vida à população.

Todas as decisões tomadas ao longo dos últimos anos permitiram que Niterói enfrentasse a pandemia de forma assertiva, minimizando os impactos sociais, econômicos e sanitários do novo coronavírus. Que niteroiense não sentiu orgulho ao ver Niterói como exemplo mundial no combate à covid-19? Apesar de todos os desafios, mais de R$ 1 bilhão foram investidos no período pandêmico para salvar vidas, apoiar empresas e trabalhadores e amparar as famílias que mais precisavam.

Importante lembrar que tudo isso aconteceu diante de um quadro político e econômico desfavoráveis, tanto no cenário nacional quanto no estadual. O Brasil e o estado do Rio de Janeiro enfrentavam impeachment de presidente, crise na segurança pública e recessão na economia. No momento em que a falta de investimentos públicos era uma constante nas demais esferas, Niterói vivia um ciclo de ascensão.

As transformações que a cidade vivencia constituem uma ação de vontade administrativa, capacidade de gestão e, mais que isso, experiência. Essa receita fez Niterói saborear de novo aquele prestígio que um dia fizera do nosso município a capital do Estado. Não há desafio, mesmo frente ao cenário caótico que a administração estadual vem experimentando, que não possa ser vencido quando há o desejo da reconstrução. Niterói experimentou essa transformação. O Rio de Janeiro também pode.