Nova escola, novo professor!

professor - Foto: Pixabay

Educação e Novas Tecnologias
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Diante da pandemia que se constituiu, nós professores fomos surpreendidos com o fechamento do nosso espaço de cada dia e o nascimento de um modelo virtual.

Entender que escola é essa requer uma reflexão breve, pois precisamos colocá-la funcionando habilmente em tempo exíguo.

Pensar na escola nesse modelo que se apresenta a nós, requer um olhar voltado a cada realidade na sua especificidade, pois as soluções para o fornecimento do ensino podem divergir de acordo com o contexto. Sendo qual for o caminho traçado para alcançar o aluno em tempos de confinamento, deve ser aquele que potencialize a aprendizagem.

Gestores se tornaram experts em comunicação e precisaram pensar nos dispositivos que pretendem adotar para a escola coexistir no ciberespaço.

A escola deve ter uma visibilidade para o mundo, seja pelo Facebook, blog, Instagram, enfim, ela precisa ter um endereço virtual fixo. Outro aspecto a ser pensado é que a escola precisa estabelecer uma comunicação efetiva com a família e em geral essa se dá pelo WhatsApp por ser um dispositivo gratuito nos pacotes de telefonia, portanto um facilitador para o acesso de grande parte do contingente estudantil.

Na nossa escola presencial, tínhamos o hábito de pela manhã dar aquele "Bom dia", tomar um cafezinho, pegar o diário de classe e esperar o sinal tocar indicando que o dia começou. O nosso habitus cotidiano foi estagnado sem aviso prévio e essa surpresa nos deixou estupefatos sem saber pra onde nos direcionar.

Nesse contexto digital, aonde está a sala dos professores para aquela troca interdisciplinar? Aonde foi parar a estante que eu guardo o meu diário? E o mural exposto com as atividades, aonde está?

Bem, no modelo digital, aonde lidamos com o intangível, precisamos criar locais na web para arquivar os nossos diários, pastas, circulares, para colocar as devolutivas dos alunos e murais virtuais para colocar as atividades realizadas.

Devemos repensar as aulas, com enfoque para além das habilidades que se deseja desenvolver, mas aulas atrativas e que toquem o sensível de cada criança e família. Devemos entender que atrás de cada criança tem uma mãe e/ou um pai interessados em saber como é a educação formal do seu filho.

Temos que ter em mente que estamos impactando poucas vidas em relação ao número que tínhamos em fevereiro, mas são esses que se apresentam a nós e devemos nos entregar por inteiro.

Ser educador hoje é um continuum para além dos muros da escola e do diploma que um dia conquistamos, mas ser educador neste momento aflitivo é sobretudo um exercício de equilíbrio, compromisso com o outro e de dar de si, de se transbordar para todas essas pessoas que atingimos diretamente com as nossas vidas. Esperamos que a sociedade e o poder público enxerguem, que em prol de toda uma comunidade estudantil, deixamos nossa individualidade, nosso contato familiar ficou abalado devido ao volume absurdo de trabalho e cursos de capacitação, necessários para essa nova prática pedagógica. Nosso home-office é 18 horas por dia office e em raros momentos ao conseguirmos sentar no sofá nos sentimos no home. Se há um profissional que se empenhou muito e busca continuamente melhorar, esse é o professor diante desta realidade.

Aquela escola passou e outra escola está nascendo... e Sócrates, filósofo do século V a.C. nos mostra que é atual a frase "Só sei que nada sei", ou seja, estamos de frente para um novo paradigma que requer de nós a visita interior, o autoconhecimento de nós mesmos enquanto docentes a distância e dos alunos face as inovações tecnológicas.