Fundeb: vitória da escola pública

Fundeb - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Educação e Novas Tecnologias
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Após tantas discussões sobre a aprovação vitalícia do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), que é destinado às escolas públicas, por pouco uma manobra política não toma de assalto um recurso substancial de R$ 16 bilhões para a inciativa privada. Esse recurso é formado por 25% da arrecadação de todos os impostos municipais e estaduais e do distrito federal e 18% da arrecadação dos impostos federais exclusivos para a educação.

Felizmente os senadores derrubaram as emendas dos deputados que previam que essa vultosa parte do recurso fosse enviada as escolas confeccionais (que professam uma fé) e filantrópicas (sem fins lucrativos), ou seja, não pertencentes à rede pública de ensino.

A instituição de ensino pública, gratuita, laica (sem vínculo religioso) e obrigatória, conforme previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira de n 9394 do ano de 1996, garante a qualidade de ensino e o atendimento de todos os estudantes, inclusive os portadores de necessidades especiais, altas habilidades, bem como os jovens e adultos que não puderam estudar na fase própria.

Essa escola que funciona muitas vezes em estado precário, conforme as reportagens que vimos ao longo dos anos, absorve 80% das crianças e jovens em idade escolar no Brasil e por ter esse caráter grandioso precisa ser recuperada em sua estrutura física, ampliada para poder atender uma necessidade grande que é o contingente da educação infantil, equipar-se com as novas tecnologias, capacitar docentes para que esses possam multiplicar seus saberes e potencializar nossos estudantes.

Outro ponto importante é a valorização desse professor e isso passa por uma remuneração digna, que possibilite cuidar da sua saúde, se dedicar aos alunos e a uma ou no máximo duas instituições de ensino, pois o que temos são profissionais cansados, que não conseguem se alimentar, dormir para se revigorar, planejar, que se deslocam muitas vezes e levam a aula no automático, pois a necessidade o exige desta forma.

Não conheço um docente em mais de 25 anos de magistério que não se encante e tenha prazer em ensinar e ver seu aluno evoluir, mas perdi a conta das vezes que os vi desgastados com o sistema que paga mal e nos faz ainda tirar do pouco recurso que temos em prol de realizar um bom trabalho. E por amor a gente ainda reparte com nossos alunos, mas não pode ser assim. Educação não é sacerdócio, é profissão!

O Fundeb é o recurso que já faz a diferença na educação brasileira e a partir dele poderemos traçar um caminho de qualidade, projetar o futuro e dimensionar melhor a nossa educação para o crescimento. Vitória para as nossas crianças! Vitória para os nossos professores! Que bom que há pra além da sala de aula quem lute por nossos meninos e meninas. Avante!