Feriados prolongados e prejuízos para o comércio

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Em 2020 teremos um número significativo de feriados prolongados, o que gera uma preocupação por parte do comércio. São mais de 20 dias de movimento prejudicado, contando feriados e dias que serão “enforcados” como segundas e sextas. E, embora aqueça o turismo, a arrecadação prevista não se aproxima ao faturamento de um dia útil, que acaba por favorecer mais setores.

Caminhamos para a recuperação financeira do país, o Banco Central prevê um crescimento de 2.25% para este ano, mas os feriados podem representar um atraso neste processo. De acordo com uma pesquisa do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro, cada dia parado representa uma perda média de R$ 405 milhões.

Todas as datas são muito bem-vindas, aproximam familiares e nos fazem recordar de marcos importantes da história do nosso país. Mas, em alguns casos, como o dia 22 de novembro, aniversário de Niterói, a nossa sugestão seria a comemoração de uma data especial, sem que tenhamos que decretar feriado. Assim, mantemos a história e avançamos na economia.

Para isto, encaminhamos, em conjunto com a Associação Comercial e Industrial do Estado do Rio de de Janeiro (ACIERJ) e o Sindilojas do município de Niterói, instituições que unidas representam o comércio na cidade, um pedido para que o Poder Executivo avalie o não feriado em Niterói, no dia 22.

Lutamos para que este seja o ano da recuperação financeira do Brasil. Queremos mais oportunidades e processos simples que ajudem no desenvolvimento do comércio. E, para isso, continuaremos defendendo as causas do empreendedor.

No varejo do Rio, o maior número de folgas representará prejuízo. O setor estima perdas de R$ 4,8 bilhões. Conforme o Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do município (CDL-Rio), cada dia parado representa perda média de R$ 405 milhões.

A entidade diz que terá mais de 20 dias de movimento prejudicado. Abril terá mais feriados: Paixão de Cristo (sexta-feira), Tiradentes (terça-feira) e São Jorge (quinta-feira), seguido de novembro com Finados (segunda-feira) e Consciência Negra (sexta-feira).

João Gomes, presidente da Fecomércio do Estado do Rio, afirma que feriados prolongados causam perda de até R$ 3 bilhões por dia no comércio de bens e serviços:

—Mais de 60% das lojas do estado estão em regiões não turísticas, e 80% se encontram em lojas de rua. Não contabilizamos estabelecimentos situados em shoppings.

O economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, diz que há queda da produtividade: os trabalhadores folgam no feriado, mas recebem:

— Você produz menos, seu custo não cai e há impacto na contabilidade das empresas. O PIB (Produto Interno Bruto) pode não refletir as horas trabalhadas, mas registra o ritmo de produção e o faturamento.

Segundo o Ministério do Turismo, no ano passado, feriados prolongados resultaram em 13,9 milhões de viagens domésticas, injeção de R$ 28,84 bilhões na economia. Os feriados de maio movimentaram R$ 9 bilhões e 4,5 milhões de viagens. Em 12 de outubro (Dia de Nossa Senhora Aparecida) foram 3,24 milhões de viagens, com impacto de R$ 6,7 bilhões nos destinos nacionais visitados.

— Para o turismo, qualquer feriado nacional é ótimo. Movimenta o turismo interno, que também está sendo ajudado pelo dólar alto — diz Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação.

A Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav Nacional) calcula alta entre 8% e 14% no movimento em anos com muitos feriados. As pessoas tendem a fazer mais viagens ao longo do ano, mesmo que sejam curtas e para destinos próximos de casa. A demanda não fica concentrada nas grandes temporadas.

Os feriados impactam na movimentação do turismo, viagens, restaurantes, mas não se arrecada o mesmo de um dia normal de faturamento. No dia 22 de novembro embora não seja feriado, seja uma data comemorativa, como é em outros municípios . Feriado 23, de São Jorge, dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, 24 junho, São João, 22 de Novembro, aniversário da cidade.

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