A Câmara dos Deputados pode votar, ainda neste ano, a Reforma Tributária, disse nesta segunda (2) Rodrigo Maia (DEM), presidente da Casa, em almoço com empresários no Rio, promovido pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig).
"Nós apresentamos nossa PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Reforma Tributária antes do Governo estar engajado. O Governo está engajado, o Senado está engajado também? Então vamos unificar os dois poderes do Legislativo, mais o Governo, e vamos construir mais uma Reforma Tributária que, independente de onde comece, represente os anseios da sociedade", afirmou Maia, após o evento.
O presidente afirmou ainda que, uma vez aprovada, juntamente de outras reformas, como a Previdenciária, e a Administrativa, também classificada como urgente por Maia, será possível pensar na redução da carga de impostos praticada no Brasil. "A gente precisa que o Governo encaminhe uma proposta, este é o único pleito que a Câmara faz".
Paulo Guedes, ministro da Economia, já afirmou, em julho deste ano, que estuda a instituição de um imposto único sobre pagamentos, apontado por parlamentares e lideranças econômicas como o IVA (Imposto sobre o Valor Agregado).
Popularidade - Maia também comentou sobre a Pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-pela Folha de S.Paulo, que mostra queda na popularidade do presidente Jair Bolsonaro. No estudo, o percentual de reprovação subiu de 33% a 38%, em relação ao anterior, feito em julho, cravando o menor índice entre as últimas gestões. O presidente da Câmara, no entanto, afirmou que é necessário realizar a avaliação com cautela.
"Temos que tomar cuidado em fazê-la (a avaliação), porque são ciclos diferentes. Você está pegando um ciclo muito polarizado, com a vitória do presidente Jair Bolsonaro. Você comparar com o início do primeiro governo Dilma, onde ela pegou todo o crédito do presidente Lula. A eleição do presidente Fernando Henrique, com o Plano Real. Nós vivemos uma crise social, econômica e uma polarização que vem através das redes sociais, da qual o presidente faz parte. Quando ele trabalha a polarização, é natural que ele fique com um eixo da sociedade e não tenha o outro", disse.
Novas votações - Maia também afirmou que, para além da votação da Reforma Tributária, que ele acredita que acontece ainda neste ano, o plenário da Câmara dos Deputados pode receber, também em 2019, outas votações.
"Para mim é a prioridade número um (Reforma Administrativa). Sem você reduzir o tamanho do Estado, você não reduz a carga tributária. O Brasil custa em mão de obra e previdência, 80% de tudo que os brasileiros pagam de impostos. O Chile, como já disse algumas vezes, custa 43%, e o México, 45%. Você vê que o Brasil é caro para o cidadão. Custa muito a máquina pública", afirmou.