Governo notifica empresa do barco suspeito de vazamento

Navios saíram do Rio e de Niterói para ajudar na limpeza das praias do NE - Foto: Reprodução TV Globo

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O governo federal informou nesta segunda (4) que notificou a empresa grega Delta Tankers, proprietária da embarcação Boubolina, suspeita de ser a responsável pelo vazamento de óleo que alcança praias da Região Nordeste desde setembro. O dano ainda está sendo calculado, mas pode chegar à casa dos bilhões de reais.

A investigação é conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Marinha. De acordo com a apuração, a embarcação grega Boubolina teria feito um carregamento na Venezuela, contornado a costa brasileira e seguido para uma região próxima a Cingapura e Malásia, onde teria efetuado uma operação "barco a barco" de transferência de barris de óleo. O vazamento teria ocorrido no fim de julho.

Um inquérito foi aberto pela Superintendência da PF no Rio Grande do Norte. A ação investiga diversos ilícitos relacionados ao episódio, como crime ambiental. Dois dias após fragmentos do óleo que já poluiu praias e mangues dos nove estados da Região Nordeste terem atingido uma pequena área do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) decidiu suspender, temporariamente, as visitas de turistas à unidade de conservação.

Nesta segunda, quatro navios da Marinha do Brasil saíram do Rio e Niterói em direção ao Nordeste para dar suporte no combate ao vazamento. Serão duas mil pessoas, sendo 670 fuzileiros, para participar da limpeza das praias, manguezais e arrecifes.

A empresa grega é a única suspeita, mas a PF ainda vai analisar as respostas dela e das autoridades marítimas, não tendo ocorrido ainda o indiciamento da firma. Além disso, inquéritos foram abertos pela Marinha juntamente a autoridades marítimas, inclusive internacionais. "A Marinha abriu inquérito administrativo que vai para o tribunal marítimo. Eles têm um poder de alcançar os responsáveis. A autoridade marítima brasileira oficiou autoridade marítima grega", relatou o comandante operacional da Força, Leonardo Puntel.

Em nota divulgada em seu site, a empresa grega Delta Tankers rebateu alegando que conduziu uma apuração a partir de suas câmeras e sensores, e que não haveria prova alguma de um vazamento de óleo durante o trajeto entre a Venezuela e a Malásia. A companhia informou não ter sido comunicada, e que o material levantado por ela "será compartilhado com autoridades brasileiras".