Por O general Paulo Roberto Corrêa Assis é diretor presidente da Câmara Internacional de Comércio e Indú
General Paulo Assis
Pela minha experiência vivida como Adido do Exército nos Estados Unidos da América e como Chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia tenho a convicção de que o 1º Mundo não hesitará em orientar sua política no sentido de impor seus interesses onde se fizer necessário para manter o "status-quo".
Tentarão por todos os meios nos impedir de explorarmos nossas riquezas imensuráveis da Amazônia por dois motivos; O primeiro, para nos afastar desde já da concorrência mundial e o segundo, para que eles a explorem no futuro, quando suas reservas se esgotarem.
Quanto ao primeiro motivo, a pressão sobre ecologia, desmatamento, proteção às terras indígenas, poluição das águas, meio ambiente, e outros falsos argumentos, estão surtindo efeito através da mídia mundial, nos inibindo da exploração consciente e sustentável, não havendo, portanto, a necessidade de intervenção. A não ser que resolvamos explorá-la de fato e, com o lucro montante, até nos libertarmos da dívida externa, interrompendo seus interesses na arrecadação dos juros abusivos de que somos escravos.
Quanto ao segundo motivo, ou seja, quando necessitarem se suprir da escassez no mundo de determinados minerais estratégicos, de água potável, da biodiversidade, aí sim, não terão outra saída senão intervir para se apossar. Só não enxerga isso quem acredita em Papai Noel!
Será que é tão difícil perceber que a nossa AMAZÔNIA estará dentro deste contexto num futuro tão próximo quanto se possa imaginar?
A nossa missão de convencimento não é só das Forças Armadas, mas de toda a Nação Brasileira.
Para explorá-la há que se ter vontade política. Para defendê-la e mantê-la é preciso demonstrar capacidade para isso e essa capacidade não será através da Guerra Convencional, restando-nos o caminho da Guerra NÃO Convencional (Estratégia da Resistência), com o apoio da população, de todos os brasileiros.
Temos que insistir e convencer o povo, os intelectuais, os jornalistas, os formadores de opinião a pressionarem os detentores do Poder para priorizarem a integração da Amazônia ao restante do País e a acreditarem no risco de a perderem.
Quanto ao militar, responsável pela segurança externa do País, não cabe achar que não é possível ou dar preferência ás suas simpatias. Cabe-lhe tomar providências para nunca ser surpreendido, apesar de todas as carências, para que a consequência da imprevidência não resulte apenas em monumentos à bravura dos mortos e derrotados e nas promessas de que algum dia será retomado aquilo que foi subtraído.
Devemos insistir, volto a dizer, na Estratégia da Resistência, não só como dissuasão, mas, quando preciso for executá-la conscientes, bem treinados e confiantes. Este é o único caminho que temos, não existe dupla via ou seremos surpreendidos na contramão. Devemos estar convictos de que neste tipo de Guerra a vantagem da supremacia tecnológica não prevalecerá e vencerá a Nação que suporta e puder impor por mais tempo os horrores e vicissitudes de um conflito dessa natureza, mantendo o moral elevado e a crença na nobreza da causa.
Temos que encarar o problema da Amazônia profissionalmente e até apaixonadamente, pois, se deixarmos nos influenciar por aqueles que não se emocionam e acreditam em Papai Noel, certamente seremos surpreendidos e iremos lamentar aquilo que poderíamos ter feito e que, por sinal, sabemos fazer muito bem, que é a Guerra na Selva, salpicada ao gosto da guerrilha.
Selva!