Alunos do CAp-Uerj são selecionados para universidade no Japão

Após passarem por um rigoroso processo seletivo, os alunos foram aceitos na instituição asiática - Foto: Moskow

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Três alunos do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-Uerj) foram selecionados para cursar a graduação na Universidade de Estudos Estrangeiros de Tóquio (Tokyo University of Foreign Studies - TUFS), a partir de abril deste ano. Após passarem por um rigoroso processo seletivo, Ariadne Jourdan Fayão, Matheus Motta de Moura e Aline de Carvalho Rego Monteiro foram aceitos na instituição asiática. Embora os estudantes tenham uma bolsa integral do governo japonês para o custeio durante os quatro anos da graduação, as altas despesas para a instalação no país eram uma preocupação dos pais. Por isso, o Governo do Estado, representado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), concederá, a cada um dos três alunos, uma bolsa-auxílio no valor de R$ 7 mil.

"Nossa participação nesse processo foi o pontapé inicial para que os jovens possam voar sozinhos e conquistar o que almejam. Parabenizo os alunos por essa conquista, que só demonstra a qualidade do ensino do CAp-Uerj, e o quanto eles são qualificados. Estamos na torcida para que tenham no Japão uma incrível experiência acadêmico-profissional", disse o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Rodrigues.

A parceria entre a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a TUFS tem cerca de 20 anos de existência. Inicialmente, apenas os graduandos de Letras / Português-Japonês eram beneficiados com o chamado intercâmbio “sanduíche”, quando o aluno tem a possibilidade de cursar algumas disciplinas no exterior. Desde 2015, o projeto foi estendido aos estudantes do terceiro ano no Ensino Médio do CAp-Uerj. Eles podem se candidatar ao vestibular especial para admissão à Tokyo University of Foreign Studies, que é voltada para estrangeiros. Com estes três estudantes admitidos recentemente, são dez o total de alunos brasileiros que foram do CAp-Uerj.

"O processo seletivo é composto por três entrevistas em inglês. Além disso, os alunos precisam ter notas altas ao longo do Ensino Médio e, ainda, redigir uma carta de intenções, também em inglês, dizendo quais foram as motivações que os levaram a querer estudar na TUFS. O próprio CAp-Uerj também emite uma carta de recomendação e, por fim, os estudantes precisam ter um certificado de proficiência na língua inglesa", explicou a coordenadora do Vestibular Especial e professora do setor de Japonês do Instituto de Letras da Uerj, Elisa Figueira de Souza Corrêa, que completou.

"Com esta graduação no Japão, os alunos se tornarão profissionais e, ao voltarem ao Brasil, terão uma formação internacional e, portanto, podem ter boas oportunidades de atuação no mercado de trabalho. Outro ponto que merece destaque é que os estudantes estão levando o nome do Brasil e do Rio de Janeiro para fora. Isso mostra que eles tiveram uma educação de excelência, uma vez que foram aprovados no processo seletivo", ressaltou Elisa.

Grandes expectativas com o Oriente

Morador do Complexo da Maré, Matheus de Moura, de 18 anos, conta que está bastante ansioso e acredita que a vivência de uma cultura diferente será uma oportunidade única.

"Soube da iniciativa através dos outros alunos do CAp que foram para o Japão nos anos anteriores. Isso despertou ainda mais o meu interesse porque eu já pretendia estudar algo ligado à área de humanas. Na TUFS, eu terei a chance de cursar essas disciplinas. Exatamente por morar em uma favela, a gente acha que não seria possível conseguir este tipo de coisa. Se seria difícil entrar em uma universidade no Brasil, que dirá no exterior? Por isso, estou muito feliz no sentido de ser uma conquista pessoal e, além disso, por saber que eu tive uma oportunidade, principalmente, de estudar no CAp, reconhecido por ter uma qualidade de ensino, que é público e plural", falou o jovem.

Quando recebeu a notícia de que havia sido selecionada para a graduação na TUFS, Aline Monteiro não acreditou. Surpresa com o próprio resultado, a estudante vai conseguir realizar o sonho de estudar fora do país.

"Sempre quis fazer algo voltado para a área de Relações Internacionais, mas sei que no Brasil é um mercado de trabalho um pouco difícil. Com isso, sempre quis estudar no exterior e vi neste projeto uma chance para colocar em prática meu desejo. Mas, ainda sim, me inscrevi de forma despretensiosa, com receio de não passar e por ter uma dificuldade em inglês. Sempre fui tentando, embora estivesse com medo", contou Aline, que tem 19 anos da idade.

Antes mesmo de ir para o Japão, o país já estava na vida de Ariadne Jourdan, de 18 anos, que começou a estudar o idioma sozinha. E, por conta disso, desde o nono ano do Ensino Fundamental, ela já estava focada em participar do processo seletivo para a universidade japonesa.

"Acho que esse período será bem interessante e já sei que quero trabalhar na área de línguas e literatura. Gosto muito da arte japonesa e ter esse contato bem de perto será incrível. No Japão há muitos museus e a arte é algo muito valorizado por eles", finalizou a jovem.