Por Lucas Schuenck
O plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, nesta terça (24), o projeto de lei 4.260/2018, que autoriza o retorno dos setores populares do Estádio Jornalista Jornalista Mário Filho, o Maracanã, mais conhecido como "geral". Os autores da matéria são os deputados estaduais André Ceciliano e Zeidan Lula, ambos do PT. O texto segue para a apreciação de Wilson Witzel (PSC), Governador do Rio, que terá 15 dias úteis para sancionar ou vetar.
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Com a resolução, o Governo do Rio está autorizado a retirar as cadeiras existentes na parte inferior do estádio, com o objetivo de recriar setores com ingressos mais baratos. Para Ceciliano, este tipo de medida já aconteceu no Estádio do Beira Rio, no Rio Grande do Sul.
"O objetivo é democratizar o acesso aos jogos, com o intuito de que as pessoas mais pobres vejam jogos no Maracanã. Financeiramente esta mudança também é viável, já que pode gerar mais dez mil lugares no estádio", explicou o presidente da Alerj.
Alguns torcedores acompanharam a votação do projeto nas galerias do Plenário da Alerj. O economista aposentado Bernado Sicsu, de 71 anos, tinha apenas 12 anos quando foi ao Maracanã pela primeira vez torcer pelo Flamengo no Campeonato Carioca de 1962. De lá pra cá, foram muitas as vezes em que foi ao estádio acompanhado pela esposa Marcia Bitteti, de 67 anos, e toda a família.
"A gente adorava a Geral! Mas agora, um dos nossos filhos se sente excluído porque não tem como pagar o ingresso", disse Márcia, professora de francês aposentada que torce para o São Paulo.
Bernardo comemorou a aprovação da matéria legislativa.
"O lazer é um direito fundamental do cidadão, ninguém quer só casa e comida! Somos adversários no jogo, não inimigos, e o que queremos é que todos tenham o direito de torcer!", concluiu.
A geral
O setor existiu no Maracanã de 1950, quando o estádio foi inaugurado, a 2005, quando foi retirada para adequar o complexo para futuros eventos esportivos, como Jogos Pan-Americanos, Olimpíadas e Copa do Mundo, sediados na capital do estado nos anos seguintes. Em seus tempos áureos, o setor chegou a acomodar 30 mil populares, que compareciam fielmente ao estádio para acompanhar o time do coração.
Também na geral que ficaram marcados os personagens mais icônicos das arquibancadas. Era no setor que os torcedores "mais produzidos" compareciam com fantasias para apoiar e até criticar sua equipe nos mais variados momentos.
Insatisfeito no PSL, o deputado estadual Gustavo Schmidt estuda opções para deixar seu partido. Nesta terça (24), um emissário de João Dória (PSDB), governador de São Paulo, entrou em contato com o parlamentar para estreitar laços e estender o convite para integrar a legenda. Os tucanos buscam fortalecer a sua bancada na Alerj. Schmidt, no entanto, também vê portas abertas no PSC de Wilson Witzel, governador do Rio, que já chegou a declarar apoiá-lo em uma possível candidatura para a prefeitura de Niterói em 2020.
Representantes do Conselho Municipal de Saúde de Niterói realizaram, ontem, uma visita técnica no Hospital Orêncio de Freitas, no Barreto, para averiguar ofícios, enviados pela direção da unidade, que reclamavam sobre a insegurança patrimonial vivida no local, onde recorrentes roubos, de equipamentos do hospital e de bens dos pacientes, acontecem nos últimos meses.
E a equipe do conselho acabou constatando que, de fato, há insegurança no local. Isto porque o carro que conduziu o vereador Paulo Eduardo Gomes (Psol), representante da Câmara Municipal de Niterói no conselho, ao local, foi furtado de dentro do estacionamento do hospital, enquanto a visita era realizada.
Sérgio Cabral, ex-governador do Rio preso desde novembro de 2016, responsabilizou, na tarde de ontem, seu antigo aliado e sucessor no Palácio Guanabara, Luiz Fernando Pezão, também preso, por operação que endividou a Rioprevidência. Cabral foi ouvido ontem, na Alerj, pela CPI que investiga ilegalidades na autarquia. Segundo o deputado Flávio Serafini (Psol), que preside a CPI, Cabral colaborou pouco: "O ex-governador basicamente responsabilizou o Pezão e os técnicos pelas decisões e se eximiu de ter inclusive conhecimento de uma operação que foi autorizada no governo dele, e que chegava a R$ 9,3 bilhões", disse o parlamentar. Segundo o MP, que participou de audiência da mesma CPI na última semana, o déficit gerado na Rioprevidência é de, no mínimo, R$ 1 bilhão. Também participaram do depoimento de Cabral, ontem, os deputados Waldeck Carneiro (PT), Alexandre Freitas (Novo) e Anderson Moraes (PSL).
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) derrubou, nesta terça (24), oito vetos do Executivo a projetos de lei aprovados pela Casa. Os projetos que tiveram vetos totais derrubados serão transformados em leis estaduais, publicadas no Diário Oficial nos próximos dias. As leis em que os vetos parciais foram derrubados, também serão atualizadas. A Casa manteve o veto do governador a seis projetos e outros seis vetos foram retirados de pauta.
Entre as leis que serão atualizadas, está a 8.515/19, de Carlos Minc (PSB). O governo havia vetado o trecho que determina que quem cometer o ato de racismo poderá ser advertido, perder benefícios, além de ter que pagar multas de até R$ 10 mil, entre outras medidas.
"Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira".
Che Guevara