Brasileiro finalista do 'Nobel da Educação' fala sobre trajetória: "Reconhecimento de uma vida"

Por Redação

Único brasileiro entre os finalistas do Nobel da Educação

O acaso não tem lugar na vida do professor Helder Guastti, 37 anos. Dedicação e comprometimento com uma educação emancipadora, para formar cidadãos conscientes e com potencial transformador para as suas comunidades, são o foco da atuação em sala de aula e no projeto social voluntário que abriga na própria casa, em um bairro da periferia do município de João Neiva, no Espírito Santo. Neste mês, ele viajou a Dubai para receber um dos maiores reconhecimentos da educação no mundo: o Global Teacher Prize, considerado o Nobel da educação. O docente ficou entre os 50 indicados, o único brasileiro nesta edição do prêmio, e concorreu entre 5 mil.

Helder dá aula para crianças do primeiro segmento do ensino fundamental — do 1º ao 5º ano —, em uma escola localizada no Bairro de Fátima, onde nasceu e mora até hoje com a mãe, também professora. "Apesar de vir de uma família de professores, esse não era meu desejo inicial, pelo contrário, eu falava que não queria ser professor", conta ele, com a mesma veemência de quem negava durante a infância que seguiria a carreira de dona Rogéria Guastti.

"Minha mãe é uma professora muito querida aqui, e as pessoas a paravam na rua, chamando a tia Rogéria", relata. Para viver a própria trajetória, Helder preferiu se distanciar da área de educação, mas a tentativa acabou por encontrar obstáculos e uma experiência ainda um tanto distante da sala de aula finalmente despertou a paixão.

"Num desses atravessamentos da vida, entre 2007 e 2008, eu estava passando um período difícil, fiz um processo seletivo e fui contratado como professor de informática, mas acabei assumindo a secretaria escolar. Eu fazia mil funções e acabei me apaixonando", detalha.

Ainda menino, frequentou muito as escolas onde a mãe trabalhava, mas havia ali sempre uma vivência que não era própria e, portanto, mais pessoal. "Quando eu me vi de fato integrado à escola, foi despertando essa paixão. Era um encontro que eu precisava ter tido."

Hoje, graduado em pedagogia, não se vê fazendo outra coisa, e tem um nobre e claro objetivo: "Eu quero ser o melhor possível. Não no sentido de competição, mas no sentido de poder oportunizar uma educação potente, que vai promover uma formação integral das crianças".

Fonte: Eu estudante

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