PF e MPRJ tentam prender Zinho na Operação Dinastia 2, e 5 são presos

Apreensão na casa de um dos alvos da Operação Dinastia 2 - Foto: Reprodução

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APolícia Federal(PF) e o Ministério Público doRio de Janeiro(MPRJ) tentam —mais uma vez— prenderLuis Antonio da Silva Braga, oZinho, chefe da maior milícia do estado.Ele e 11 comparsassão alvo de mandados de prisão naOperação Dinastia 2, deflagrada na terça-feira (19). Até a última atualização desta reportagem,5 pessoas haviam sido presas, e Zinho era procurado.

Na primeira etapa —da qual Zinho ainda é considerado foragido—,em agosto do ano passado, 8 pessoas foram presas.

Segundo a PF, o foco nesta 2ª fase édesmantelar o núcleo financeirodo grupo paramilitar. Os mandados desta terça foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do RJ.

O Grupo de Investigações Sensíveis (Gise/PF), a Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) afirmam terem identificado “toda a estrutura de imposição detaxas ilegaisa grandes empresas e a pequenos comerciantes locais” e ascontas correntesonde eram depositadas.

“Durante as investigações foi possível identificar e individualizar os personagens que compõemtoda a cadeia de ocultação dos valoresprovenientes da arrecadação espúria por parte dos paramilitares”, disse a PF.

Presos:

Alessandro Calderaro, o Noque
Delson Xavier de Oliveira
Jaaziel de Paula Ferreira
Renato de Paula da Silva
William Pereira de Souza

Operação Batismo

Da Operação Dinastia também derivou aOperação Batismo,deflagrada nesta segunda (18), quando a deputada estadualLúcia Helena Pinto de Barros, aLucinha(PSD),foi afastada por suspeita de favorecer a milícia de Zinho. Segundo o MPRJ, essa operação buscou atacar o núcleo político do grupo paramilitar.

Ninguém foi preso,mas a força-tarefa encontrou 2 pistolas calibre 22 e R$ 148 mil na casa de deputada.

Os agentes também apreenderam pen-drives, notebooks e documentos em seu gabinete naAlerj.Lucinha foi ouvida e liberada pelos policiais— pela lei, parlamentares só podem ser presos por crime em flagrante e inafiançável.

Segundo as investigações,Lucinha é considerada o braço político da milícia de Zinho, que atua na região de Campo Grande e Santa Cruz, na Zona Oeste da capital fluminense. De acordo com a força-tarefa,Lucinha é chamada de “madrinha” pelos paramilitares.

Os investigadoreslevantaram pelo menos 5 pontosem que a deputada supostamente se valeu do seu cargo para atender aos interesses do Bonde do Zinho:

  • suspeita deinterferência na segurança pública do Rioparaa soltura de milicianos presos em flagrante;
  • tentativa demudança no comando do batalhão da PM em Santa Cruz, área sob domínio do Zinho;
  • vazamento de informações sobre operações policiaispara captura de milicianos;
  • suspeita deatuação políticapara favorecer o transporte público de vans sob comando da milícia, na Zona Oeste.

A PF e o MPRJ identificaram, pelo menos,15 encontros de Lucinha ou de sua assessora,Ariane de Afonso Lima, com integrantes do Bonde do Zinho. Os agentes concluíram queLucinha evitava falar por telefone com o chefe da quadrilha— a quem chamava deirmão— para evitar ser descoberta.

Um dos interlocutores mais assíduos eraDomício Barbosa, oDom. Segundo a força-tarefa, as mensagens trocadas com Lucinha apontam para uma relação “fraternal” e “que transcende a amizade”.Em uma delas, a deputada chega a dizer: “Estou com saudades”. Em resposta à “madrinha”, Dom manda imagens de um cavalo, que seria dado como presente a ela.