Ele pintava, ensinava e pesquisava, e assim foi até o fim da vida. Aos 89 anos, Israel Pedrosa faleceu na tarde de domingo (08), após sofrer um infarto fulminante em casa, em Icaraí. O corpo foi sepultado no Cemitério Parque da Colina.
O livro que ele escrevia “Dez aulas magistrais”, retrata os 600 anos da pintura ocidental e será lançado até outubro de 2016. Sim, ele será comercializado, pois já está pronto. A publicação fará menção a dez grandes pintores ocidentais como Leonardo da Vinci. “Antes de partir, Pedrosa encerrou a obra. Ele era um artista completo, à frente do seu tempo, ele tinha o dom da arte”, disse Guilherme Vergara, diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC) e amigo do artista.
Discípulo de Portinari, Pedrosa foi consagrado ao sustentar a teoria sobre a “Cor inexistente”, lançado em 1977, que revela uma profunda pesquisa científica sobre a arte e a teoria das cores, citando Vinci, Newton, Goethe, Maxwell e tantos outros gênios das artes e da literatura.
Israel cursou a Escola Superior de Belas Artes de Paris entre 1948 e 1950, e foi o fundador da cadeira de História da Arte na Universidade Federal Fluminense – UFF (1963) e consultor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (1986).
Mineiro de nascimento, mas niteroiense de coração, Pedrosa dizia: “Em Niterói eu consigo produzir e trabalhar”, e foi aqui que ele criou seus filhos. “Ele foi um gênio e um pai muito amoroso, sempre protegeu a gente. Era uma pessoa com um coração enorme”, contou Igor Pedrosa, filho caçula do mestre.
O pintor recebeu honrarias nacionais e internacionais, como o Prêmio Thomas Mann, instituído pela Embaixada da República Federal da Alemanha e o Prêmio Destaque Hilton de Pintura. Vários de seus trabalhos estão em acervos de museus como o Nacional de Belas Artes, em museus de Arte Moderna do Rio de Janeiro e de São Paulo, e do MAB-FAAP – Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado. “A morte de Israel Pedrosa deixa um grande vazio no meio artístico, acadêmico e científico, mas fica o grande legado de sua história, de sua criação e de sua genialidade”, ressaltou o secretário de Cultura de Niterói, Arthur Maia.
Além da pintura, dos livros e das aulas ministradas fora do país, ele foi homenageado pela comissão de frente da Unidos da Tijuca em 1989.