Sob a força de saturno

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Saturno é o regente do ano de 2017

Foto: Pixabay

Segundo a astrologia, o ano novo acontece de fato quando o Sol ingressa no signo de Áries, o primeiro do zodíaco. Além de existir um planeta regente do ano, a cada 36 anos, um planeta nos rege, constituindo um ciclo - que possui impacto maior a nível coletivo. Em março, um ciclo regido pelo Sol deu o posto a Saturno, que também é o regente do ano de 2017. Esta dupla regência saturnina traz novas características e energias a serem trabalhadas. 

“Quando falamos de ciclos astrológicos, falamos de movimentos que os planetas fazem por períodos de tempo. Por exemplo, Saturno demora aproximadamente 28 anos para dar a volta ao Sol. Quando ele faz esta volta completa por todos os signos (por toda a eclíptica), falamos que estamos no chamado ‘retorno de Saturno’. Isso acontece com todos os planetas, cada qual com seus ciclos”, explica a astróloga Camila Colaneri.

A origem da crença de que há um planeta regente de um determinado ano e, ainda, ciclos maiores, com 36 anos de duração, veio dos grandes precursores da astrologia, os caldeus, que viveram no litoral do Golfo Pérsico. No Brasil, este conhecimento foi difundido pelos astrólogos Emma de Maschiville (1903-1980) e Francisco Lorenz (1872 -1957), que redigiu o “Almanaque do Pensamento” - criado em 1912, que abordava a astrologia, entre outros assuntos. 

“As voltas que os planetas completam por todos os signos não têm nada a ver com a questão da regência do ano e de um ciclo. Na verdade, a regência de um planeta é determinada por uma questão mais esotérica do que astrológica, através da posição da Estrela de Sete Pontas (também chamada de “estrela dos magos”), que veio de um conhecimento bem remoto, de uma astrologia clássica, mas bem antiga. Aqui no Brasil, essa terminologia é usada. Já a energia de cada planeta, isso sim é astrológico”, esclarece.

Para muitos, Saturno é um planeta duro e cobrador. Neste ano, as máscaras cairiam e cada um colheria o que plantou. Muitas pessoas se assustaram com a chegada do novo ano astrológico. No entanto, para Camila, a regência de Saturno pode ser enxergada de outra forma.

“Podemos usar bem um ano de regência de Saturno quando fazemos nossos deveres direito. O planeta está ligado à realidade e retidão. Se fizermos o que devemos fazer, sem desvios na conduta, poderemos colher bons frutos. Se, ao contrário, não assumirmos nossas responsabilidades, aí sim poderemos sentir o peso desta fase”, pondera.

Segundo a astróloga Luana Rodrigues, da Tanto Astral, a energia deste planeta é um impulso para levar a vida com compromisso, mais conectados com o que é essencial.

“Cada astrólogo tem sua interpretação e leitura. Eu gosto de olhar para as energias disponíveis e trabalhar a favor delas. O ciclo solar foi muito egoico, no qual as pessoas investiram muito no que queriam apresentar de si. Com Saturno regendo o ano, devemos ficar mais focados na obra que queremos deixar na vida e em como estruturá-la melhor”, justifica.

A carioca Carollina da Costa Barbosa, de 21 anos, que considera a astrologia um dos vários modos de leitura das energias que conectam tudo no universo, se interessou pela regência de Saturno para entender as energias que ele opera a fim de, assim como Luana, tirar o melhor das experiências e realizações deste período.

“Não vejo Saturno com esse olhar cobrador, mas como um astro decidido: ‘ou você faz ou será feito por você’. Essa frase virou, para mim, a ‘frase de Saturno’”, comenta.

No fim de 2016, ainda no ciclo do Sol (1981-2016), a jovem passou por términos de amizades e considera que esses acontecimentos já eram sinais da regência de Saturno se aproximando.

“Esses términos trouxeram um tom de ‘ou você avança, ou você estaciona’, que acho que Saturno traz. Entendi que era necessário que este ciclo fosse fechado para permitir as renovações no caminho de todos nós”, relembra a estudante. 

De fato, a existência de um planeta regente de um ciclo ou ano que cause um impacto coletivo divide os profissionais da área, no entanto, para se ter uma ideia, no último ciclo de Saturno, entre 1765 e 1800, aconteceu a Revolução Francesa e o início da Revolução Industrial, dois acontecimentos históricos que promoveram mudanças sociais significantes. Em meio a um cenário conflituoso e incerto no qual estamos atualmente, vale refletir acerca das estruturas e sistemas vigentes.

“É um momento para reestruturar as leis, principalmente do meio do ano para frente, quando Saturno começa a ir em direção a Capricórnio. Agora, estamos em uma fase nublada, mas a tendência é que, no ano que vem, a crise chegue ao ápice e ocorra uma reforma econômica e política muito grande”, prevê Luana.

Não só Saturno é regente do ano, como também está em Sagitário, signo que é de confiança. Nesta fase, é comum que as pessoas estejam vivendo restrições de expansão, justificados pelo medo de ousar e de se aventurar, já que Saturno pode gerar um certo medo.

Este ano ainda promete muitas emoções: em dezembro, Saturno entra em Capricórnio. Quanto ao ciclo de Saturno, daqui a 36 anos, Vênus será o planeta regente, trazendo novas possibilidades de transformação.

“Em 2018, Saturno compensará pelos investimentos já realizados”, finaliza Camila Colaneri.